Procedimentos

Passagem de Sonda Nasoentérica (SNE)

Passagem de Sonda Nasoentérica (SNE)

A SNE é um fino tubo de material macio que é passado por uma das narinas até atingir as primeiras porções do intestino delgado. Sua função é levar o alimento até o duodeno em pacientes que tenham dificuldade ou impossibilidade de ingestão. Na maioria dos casos a SNE é passada “às cegas” por uma enfermeira ou um médico assistente no próprio leito do paciente.

Cada vez mais a endoscopia auxilia em procedimentos que visam manter o paciente nutrido em diversas situações, seja passando uma sonda naso-entérica ou executando cirurgias endoscópicas para o posicionamento de gastrostomias e jejunostomias.
A manutenção da nutrição é fundamental em pacientes devendo-se iniciar o mais cedo possível para que não ocorra desnutrição.
Se a nutrição é realizada por via entérica (pelo intestino) mantém-se o sistema digestivo ativo e evita-se a nutrição parenteral (pela veia), que é acompanhada de maiores riscos e de manuseio complexo tanto intra-hospitalar quanto na residência.

Pacientes que não podem se alimentar (inconscientes, anoréxicos, com lesões na boca, vítimas de derrame cerebral, com câncer avançado e doenças cerebrais como Alzheimer, Parkinson, Esclerose lateral amiotrófica, entre outras.

Pacientes que não conseguem ingerir a alimentação suficiente (vítimas de acidente principalmente com trauma de face, infecção generalizada, alcoólatras, deprimidos grave, queimados).

Pacientes que a alimentação comum produz desconforto, dor ou piora uma doença (Doença de Crohn, Colite ulcerativa, Câncer avançado, Pancreatite, quimioterapia, radioterapia).

Pacientes com disfunções do trato gastro-intestinal (Síndrome de má absorção, Fístulas, Síndrome do intestino curto).

Em alguns casos encontra-se dificuldade ou existem contraindicações de passar a SNE “às cegas” sendo solicitada uma endoscopia digestiva que guia a SNE até o duodeno.

É necessário que o paciente esteja de jejum de pelo menos 08 horas.

Com o paciente monitorizado é feito uma anestesia e lubrificação tópica da narina por onde irá passar a SNE com Lidocaína gel à 2%, uma anestesia tópica da orofaringe (garganta) com Lidocaína spray a 10% e sedativos na veia para diminuir a intolerância ao exame, caso não haja nenhuma contra-indicação do uso destes medicamentos. Após a passagem a sonda é bem fixada à narina.

Se esta anormalidade impede a passagem da SNE ou a SNE será prejudicial ao paciente devido a esta anormalidade, está contra-indicado o procedimento e a SNE não é posicionada.

A passagem da SNE por endoscopia é um procedimento com baixos índices de complicação, porém pode ocorrer sangramento pela narina, dor abdominal, náuseas ou vômitos.

O uso prolongado da SNE pode cursar com episódios de refluxo-gastro-esofágico e riscos de sinusites de repetição.

Como a SNE é um tubo fino o principal inconveniente é o seu entupimento, portanto, a mesma deve ser cuidadosamente manipulada, só administrando dieta líquida sem resíduos sólidos (dietas industrializadas ou caseiras). Após cada administração de dieta a sonda deve ser vigorosamente limpa com injeção de água sob pressão, em casos de administração de medicamentos o mesmo processo de limpeza deve ser seguido e quando há necessidade de administração de medicamentos em forma de cápsulas deve se abri-lá e injetar o seu conteúdo diluído assim como os comprimidos devem ser bem triturados, diluídos e administrados, não se esquecendo da lavagem logo após. Em caso de entupimento total a sonda deve ser trocada ou desobstruída por pessoa habilitada.


Outro cuidado importante é quanto à retirada acidental da sonda, seja pelo próprio paciente ou à manipulação do mesmo. Em caso de saída deve se repetir o processo de instalação que o paciente submeteu-se anteriormente.

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